Pneus da LAM ajudam a combater erosão fluvial em Macaneta

Os problemas de erosão costeira têm sido frequentes em quase todo o território nacional. Foi neste contexto que a empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) decidiu disponibilizar os pneus já não utilizáveis nas suas aeronaves para travar a erosão da terra ao longo das margens do rio Incomáti, junto da praia de Macaneta, distrito de Marracuene, província de Maputo.

É uma iniciativa que surge em colaboração com o projecto “REPENSAR”, liderado pelo ambientalista Carlos Serra e que, apesar de ser recente, já apresenta um impacto positivo no terreno.

O projecto já interveio em uma extensão de 300 metros, faltando mais de 500 e a previsão é concluir este ano.

Segundo o ambientalista, o projecto surge após uma solicitação feita pelas autoridades locais em finais de 2019 para travar a perda dos ecossistemas ambientais em virtude do alastramento do caudal do rio Incomáti. “Tivemos solicitações ao longo do tempo para procurar ajudar e resolver problemas concretos. Um dos problemas é este da erosão fluvial que é, por sinal, muito grave e antigo, pois o rio Incomáti foi profundamente alterado a montante onde o homem causou perturbações do caudal.

Quando as comportas se abrem na África do Sul, acaba produzindo mais erosão”, disse o ambientalista.

Até aqui, milhares de pneus já foram usados nesta acção. A ideia, segundo Carlos Serra, é juntar o útil ao agradável por forma a evitar o perigo que já estava eminente naquele ponto turístico. “Felizmente, conseguimos intervir, primeiro de emergência e depois de uma solução trabalhada para frente e fomos evoluindo na técnica.

Então, a base é o pneu e depois combinamos com outros resíduos de construção que vamos conseguindo”, explicou Serra. Neste momento, o projecto já interveio em uma extensão de 300 metros, faltando mais de 500 e a previsão é concluir este ano. “Falta ainda preenchermos duas secções, mas as áreas mais críticas já estão cobertas”.

Mas como surge a parceria com a LAM? “A LAM tem pneus e não sabia o que fazer com eles. A direcção máxima olhava para isso como um problema para eles, então a visão da economia circular permitiu olhar para o que estava a acontecer e apresentou-nos isto como uma solução”, salientou o patrono do projecto para depois secundar que “graças ao gesto da LAM e de outras empresas foi possível fazer esta intervenção”

Maputo, aos 4 de Outubro de 2024